sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A ignorância prejudica todos


Há muito que deixamos de ver os programas de manipuladores na televisão. Mas, de vez em quando, o acaso coloca-nos um pela frente. Foi o caso do designado “Quadratura do Circulo” de ontem, que há meses não víamos. Lá estavam os três dinossauros do costume com o jornalista, o único que se aproveita. O que nos levou a este comentário foi uma afirmação do dr. Lobo Xavier. Esta gente julga que pode dizer o que quer, mesmo nada sabendo do assunto.
Num país em que a sua elite politica em nada se diferencia da do Zibabwe, tudo é permitido e admitido aos do costume.
Lobo Xavier com aquela litania (ou ladainha) da avaliação, informou o telespectador do seguinte: os portugueses não entenderiam (como foi dito no consulado de Sócrates) que os professores estivessem sujeitos a progredir, apenas através de anos de serviço. Sem serem avaliados. Uma mentira que vem sendo repetida ao longo dos anos e que certa comunicação social apoia desbragadamente (a mesma que apoiou Sócrates).
E dá o exemplo que tem sido repetido. Enquanto que um funcionário público progride de 10 em 10 anos, os professores progridem de quatro em quatro. Mas não dizem, por exemplo que na função publica existe o regime geral e o regime especializado, ao qual pertencem os professores. É claro que este assunto deveria ser especificado, mesmo até em relação a uma certa injustiça no que respeita aos funcionários públicos do regime geral, mas não neste escrito.
Ao não se dizer a verdade toda quando se tem responsabilidades de cidadania, contribui-se para que o país nunca mais saia de onde está.
Paulo GuinoteVamos então à tal avaliação que tanto preocupa (ou apoquenta) Xavier. Não é fácil arranjar uma forma universal de avaliação de professores, por razões que agora não importam. Mas é possível arranjar uma avaliação decente. Mas isso nunca interessou às elites medíocres que temos e a alguns iluminados que por aí andam a distribuir aldrabices.
Qualquer problema tem sempre uma origem, e só descendo a essa origem se poderá resolver, encontrando soluções, corrigindo o que de mal se produziu. É básico. Não é preciso ser-se génio para perceber isto. E a origem do problema situa-se no ano de 2005. Enquanto se não corrigirem as patifarias – porque foi disso que se tratou -  dessa época, jamais sairemos de onde estamos.
Que fique, desde já, bem claro. Quem congelou as carreiras foi um governo do partido socialista em Agosto de 2005 e depois das eleições de 2009. Por estratégia politica obscura e sinistra. Havia que achincalhar os professores, e isso só seria possível promovendo uns quantos medíocres para colocar em lugares de decisão, prejudicando dezenas de milhar. Toda essa estratégia foi levada a cabo pela então ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, apoiada por Sócrates e o seu bando, gente do comentário e alguns iluminados da nossa praça.
Que elementos usaram para tal estratégia? Elaborando uma “reforma” (terceiro-mundista, baseada no modelo chileno) em meses, que num país decente demoraria uma dezena de anos. Fazer a coisa com pressa, originando a confusão (anarquia), à velha maneira leninista e estalinista.
Como é evidente, uma reforma feita dessa maneira, não poderia trazer resultados positivos. E surge então a tal “avaliação” que dividia os professores em duas categorias: os titulares e os não titulares.
Mas só quem participou desse processo escabroso, se apercebeu dos intuitos demoníacos da senhora. Desde logo, os itens pelos quais os professores pontuavam. De uma boçalidade atroz. Determinadas actividades sem importância ou relevância alguma, eram tão ou mais pontuadas do que possuir, por exemplo, um Mestrado ou um Doutoramento! Foi esta avaliação boçal que muitos professores recusaram. E isto não foi resolvido.
Ora a então ministra fundamentou o sucesso dos alunos com esse tipo de avaliação! Mas o tempo tem dado razão a quem se opôs a ela. Sabe-se que a educação do país está uma lástima, mas segundo os critérios europeus, Portugal, nestes últimos seis anos, melhorou as aprendizagens e os resultados dos alunos. E fê-lo sem a tal avaliação boçal. Ou seja, essa avaliação boçal não influenciou em nada os resultados positivos destes últimos seis anos!
Convém acrescentar que não foram os vencimentos dos professores que levaram o país à BANCARROTA em 2011. Foi um conjunto de acções levadas a cabo por certas quadrilhas que ainda andam por aí, à solta. Conhecem-se hoje as vigarices bancárias, as operações investigadas pela Justiça, os contratos feitos por amigos das PPP, em prejuízo do Estado, mas os professores é que são penalizados, quando, segundo as contas da UGT, esta classe contribuiu com oito biliões para o resgate de 75 biliões!
Sobre as negociações em curso entre o governo da frente esquerda e as forças sindicais, é muito cedo para se opinar, mas queremos alertar para duas coisas:
Quando Passos teve de pagar 75 biliões de resgate pela BANCARROTA, as vozes eram tantas sobre as questões de hoje. As mesmas vozes acham hoje que menos de um bilião (600 milhões) é uma soma enorme! Na altura de Passos podiam-se aumentar os vencimentos, hoje não!
O que o governo da frente esquerda está a fazer aos professores é instituir uma medida fascista. Quererá Xavier que lho expliquemos? Claro que não, porque Xavier sabe bem que é. E isto é que Xavier, como democrata-cristão, devia explicar aos seus concidadãos.

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