sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Abel de Lacerda Botelho e a invocação de Camões «Transmontano»


BARROSO da FONTE
Talvez os meus leitores me julguem um bairrista doentio por dar este título à minha crónica quinzenal. Mas não é verdade. Luís de Camões, sendo o autor Português mais conhecido de todos os tempos, ainda se presta a muitas dúvidas e em diversos ângulos existenciais. Nomeadamente quanto às origens. Celebra-se em 10 de Junho, erradamente, o Dia de Portugal e das Comunidades. E até se guarda feriado nacional. Apenas e só pelo facto de ele ter falecido nesse dia. Ora antes dele já Portugal existia graças a Afonso Henriques e a Nuno Álvares Pereira, para somente relembrar os dois mais façanhosos generais Portugueses.
Trago este tema à liça por dois motivos: acabei de conhecer mais uma inspirada obra do sócio Honorário da Academia de Letras de Trás-os-Montes e Doutor Honoris Causae, pela Universidade «Pro-Deo» de Nova Iorque (2002), Abel de Lacerda Botelho. Nasceu em Vila Real, em 13 de Maio de 1944, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Diplomou-se em Direito Internacional Comparado, em Estrasburgo (1968) e, foi oficial miliciano durante quatro anos, prestando serviço em Moçambique, entre Dezembro de 1969 e Dezembro de 1971. Dessa obra de 212 páginas, a que chamou: Re-velando os Lusíadas, desenvolve um ensaio filosófico que galvaniza, emociona e profetiza os conceitos, as diretrizes e as coordenadas da Portugalidade em alta definição.
Este desígnio patriótico é inato na personalidade do Abel de Lacerda que certamente lhe corre nas veias e nos cromossomas do leite materno. Terá sido essa seiva que o levou a criar, em 1986, a Fundação Lusíada e em 2001 a Ordem de Ourique – Associação Promotora da Portugalidade. Embora radicado em Lisboa, como jurista de longo curso, lidera estas duas prestigiadas Instituições culturais de que é responsável nacional e que congregam à sua volta, alguns dos poucos valores imateriais que enformam o orgulho de ser Português.
Este seu emocionante livro acaba de vir a público em duas edições distintas, uma das quais especial. Em capa dura, de 153 exemplares numerados e rubricados pelo Autor. A coordenação editorial tem o cunho do conhecido editor e autor Paulo Samuel e a edição traz a chancela de Trás-os-Montes- Atlântica Nova, bem com os símbolos da Fundação Lusíada e da Ordem de Ourique.
Resta-me referir que não devo deixar de adicionar a edição nº 17 da Revista Aquae Flaviae, referente a Junho de 1997 que dedica as suas 224 páginas integralmente dedicadas à «Família Flaviense de Luís Vaz de Camões». Joaquim Veríssimo Serrão, no prefácio que assina nessa edição da Revista, credibiliza quanto se escreveu em abono da tese do nascimento de Camões em Vilar de Nantes. Há vários e qualificados estudos que apontam a zona do Alto Tâmega como berço do patriarca da Língua Portuguesa.
                                                     

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