sábado, 8 de abril de 2017

Agregar os transmontanos e alto durienses em colectânea


A Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, casa mãe das casas transmontanas do país e da diáspora, e a mais antiga agremiação do género do país, atravessa um mau bocado.
Um grupo de 16 transmontanos e alto durienses (com a colaboração da direcção anterior que foi liderada pelo Professor Jorge Valadares) tomaram a peito a resolução de vários problemas que a atingem, ao concorrerem para a sua direcção, recentemente eleita. Além da tentativa de resolver a questão da sede que se arrasta faz largos anos, duas das iniciativas para agregar os transmontanos e alto durienses em torno dessa centenária instituição, são a realização do IV Congresso dos Transmontanos e Alto durienses em Maio de 2018, e a publicação de uma colectânea de autores transmontanos e alto durienses. Ao pedirem-nos colaboração cultural, indicaram-nos para a coligir. É, pois, com este modesto contributo que temos entrado em contacto com vários autores transmontanos. Nós, por um lado, a direcção da Casa transmontana por outro, em pleno equilíbrio e harmonia. A ideia foi do seu presidente recém-eleito, o Dr. Hirondino Isaías.
Esta colectânea, embora por nós coligida, não será de ninguém em especial, mas sim de todos os que nela participarem; da Casa transmontana e, sobretudo, dos transmontanos.

Com o tempo limitado, de modo nenhum teríamos capacidade humana para consultar isto e aquilo. Até porque as listagens da BN ou do ISBN, por exemplo, apenas nos indicam os nomes dos autores e o que produziram. Quanto aos contactos, nada. Além do mais implicava deslocações que, no presente, não podemos fazer. As obras que temos à mão são a do barrosão Barroso da Fonte e a do bragançano Hirondino Fernandes. E essas já as revirámos. Chegam e sobejam. Quando consultadas, ficamos com a noção da nossa perfeita pequenez. O número gigantesco de autores transmontanos e alto durienses aí mencionados, tornariam impossível um trabalho de meses. Como a obra é de todos, a todos que contactamos temos solicitado a indicação de, pelo menos, dois (duas) autores (as) de que gostem. E a coisa tem surtido efeito. De Pires Cabral, passando por Jorge Lage, Carlos D’Abreu, António Lopes, Otília Lage, Isabel Mateus e Cristina Torrão (só para citarmos alguns, neste momento), têm-nos chegado contactos e nomes deste (a) e daquele (a). Mas também nos chegou um errado, de uma autora (Guida Nunes). Quanto a isso, nada a fazer.
Se não for a alma transmontana a funcionar, nada feito. E sem ela, esta colectânea será mais uma. Mas não. Pelos vistos, pelo que nos é dado a perceber, ficará conhecida como “A colectânea”. Disto ou daquilo. Talvez da Casa de Trás-os-Montes…
É óbvio, pelo acima exposto, que muitos não serão contactados pessoalmente. Por essa razão a direcção da Casa transmontana enviou um convite colectivo a instituições como o Grémio Literário Vila-realense, Academia de Letras de Trás-os-Montes e Associação de Escritores Portugueses. Mais do que isso, para procurar agregar o maior número, é impossível.
Já alguns autores contactados nos propuseram ideias louváveis. Como por exemplo, dirigi-la em torno de uma orgânica sobre o “transmontanismo” – da problemática da região em torno dos várias questões que a afectam e afectaram ao longo dos tempos, no que respeita à cultura, à sociedade, à politica e à economia.
É louvável, a ideia. E meritória de apontar, talvez para um segundo volume. Quem sabe?
Nesse rumo, está pensado o IV Congresso dos Transmontanos e Alto durienses em Maio de 2018. Aí, os autores que colaboraram serão convidados a apresentarem as suas comunicações, se assim o entenderem. Por agora optámos por colocar a liberdade ao sabor do pensamento de cada um. Aliás, a liberdade é condição natural para os transmontanos: “Este sentido da liberdade acho que é importante no estereótipo do transmontano. A relativa pobreza é também condição de liberdade, como muito bem se exprime no apanágio que tantas vezes ouvi repetir: “lobo magro, mas sem coleira” (Telmo Verdelho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Mosaico de Ciência e Cultura, 2010/11, p.32). Chega e sobeja para defender a nossa posição. E nem é preciso a referência aos clássicos da Antiguidade (como Tucídides), ou aos modernos como Stuart Mill.
Posto isto, em síntese, os pressupostos que a regem são vários:
1 - Os autores que nela participarem, pertencem às mais diversas actividades humanas: poetas, prosadores, músicos, gastrónomos, cineastas, e por aí adiante. Podem ter nascido ou não em terras transmontanas. Basta que tenham raízes, não só naturais como de afecto (como, por exemplo, os autores raianos que, embora não sendo naturais, dedicam estudos académicos à região). Pretende-se assim,  um volume de escritores transmontanos e amigos de Trás-os-Montes e Alto Douro.
2 - Tentar agregar autores luso descendentes e autores radicados em países tão díspares como a Ucrânia, a Rússia, a China, o Japão, e por aí fora. Pressuposto de difícil concretização. Mas iremos tentar. Talvez com a ajuda de todos se consigam os contactos de uma dúzia …
3 - Agregar ainda autores menos conhecidos, tornando o volume abrangente.
4 – Procurar um equilíbrio entre a participação masculina e feminina. Que as circunstâncias, os condicionalismos, muitas vezes o não permitem.
5 – Agregar autores de toda a região transmontana. Sendo possível, a participação de autores de todos os concelhos.
6- Os textos terão que ser inéditos (nunca publicados). Pela razão simples de que se trata de uma colectânea de autores vivos. Apontando-se para um máximo de seis páginas (podendo haver excepções (como existem em todas as actividades humanas), no caso do ensaio ou do conto.
7 - O tema é livre, a entregar até 31 de Agosto.
8 - A titulo excepcional, também se aceitam textos de autores recentemente (nos últimos cinco anos) falecidos, desde que sigam os pressupostos dos textos dos autores vivos.


Ao presente já confirmaram colaboração os (as) seguintes autores (as):




Bem Hajam!                              
Armando Palavras

Actualizado a 21 de Abril de 2017.

1 comentário:

O komentariado aldrabão e as intervenções de Pedro Passos Coelho

Primeiro foi o livro. O komentariado de sempre, sem ler o livro, inventou a narrativa aldrabona do costume. Chegou-se ao cúmulo de se escrev...