Espero que tenham
descansado da indignação
sobre Dijsselbloem e que as hormonas tenham voltado a estabilizar. Uma
indignação regular – digamos, duas por semana, com acompanhamento no Facebook –
garante um certo equilíbrio neuronal e, em certos casos, sexual. De anteontem
(o dia em que a indignação atingiu o rubro, com instituições e figuras gradas a
pedir que o holandês fosse esquartejado) para ontem houve uma neblina de
ressaca – a que se segue às mais eloquentes bebedeiras – e já há muitas
opiniões (à esquerda; para não ir mais longe, Vital Moreira e Jaime Gama por
exemplo) a dizer que Dijsselbloem é um bom presidente do Eurogrupo, e que parte
das indignações foi estapafúrdia. Se em Espanha a reação foi cautelosa (até
porque têm um candidato ao lugar do holandês), e em Itália houve sobretudo
risota (o que se compreende no país de Beppe Grillo e Totó), em Portugal
chamaram a Dijsselbloem ‘camisa castanha’ nazi-fascista, machista ou fizeram
moralismo (e do mais reacionário, pomposo e merdoso) sobre a nossa melancolia e
gosto pela vida. Continuamos para bingo.
Citação
do dia:
"Nesse particular de bebedeiras, deve-se manter uma aparência
nórdica", J. Rentes de Carvalho, ontem, no CM
Sugestão do dia:
Cerco
a Salamina Leia agora a edição de bolso (na Miniatura,
Livros do Brasil) de ‘Soldados de Salamina’, de Javier Cercas. Se há obra-prima
sobre a história recente de Espanha, este está na primeira linha.
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